MOSCOU (Reuters) - O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse neste sábado que o agente nervoso usado para envenenar o ex-espião russo Sergei Skripal na Grã-Bretanha pode ter sido a substância BZ - nunca produzida na União Soviética ou na Rússia.
Lavrov disse que especialistas de um laboratório suíço analisaram uma amostra da substância usada no envenenamento.
Citando um relatório do laboratório em 27 de março, Lavrov disse que as evidências sugerem que o agente nervoso poderia estar no arsenal dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha.
Lavrov leu partes do relatório que, segundo ele, mostraram que a substância tinha traços do agente da BZ.
"Essa formulação estava no inventário dos Estados Unidos, da Grã-Bretanha e de outros países da Otan", disse Lavrov numa assembleia do Conselho de Política Externa e de Defesa.
A agência global de defesa de armas químicas concluiu na quinta-feira que o veneno que abateu o ex-espião russo e sua filha Yulia no mês passado era um tipo altamente puro de agente nervoso Novichok, apoiando as descobertas da Grã-Bretanha.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse que é muito provável que Moscou esteja por trás do ataque.
A Rússia negou repetidamente qualquer envolvimento no envenenamento.
Lavrov disse que o relatório do laboratório suíço não menciona nenhum agente nervoso, como Novichok, mas deu uma longa fórmula química que aponta para uma substância que foi desenvolvida por muitos países.
(Reportagem de Andrey Ostroukh)