BERLIM (Reuters) - Firme no caminho para a reeleição, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, rejeitou nesta quarta-feira um pedido de seu rival Martin Schulz para uma repetição de um debate televisivo, depois de um primeiro embate no qual ele foi incapaz de diminuir a vantagem da atual líder alemã nas pesquisas.
O Partido Social-Democrata (SPD), de Schulz, está cerca de 14 pontos percentuais atrás dos conservadores de Merkel nos levantamentos de intenção de voto para a eleição de 24 de setembro.
Schulz a desafiou para um segundo debate em uma carta, argumentando que ambos foram incapazes de abordar muitos temas cruciais no primeiro encontro de 3 de setembro, no qual Schulz chegou a abalar a chanceler em alguns momentos, mas que foi planejado como um evento único.
A governista União Democrata Cristã (CDU) rejeitou a ideia, e uma autoridade oficial disse: "Angela Merkel gostou de participar do duelo na TV. O formato funcionou bem. E ela está parando por aí".
Schulz, de 61 anos, fala em público com mais naturalidade do que Merkel, de 63 anos, mas não foi capaz de lhe aplicar um nocaute durante o debate –- em parte porque os dois lados concordam em muitas áreas.
Quando ele tentou adotar posições mais firmes, como ao acusar o presidente norte-americano, Donald Trump, de "levar o mundo à beira da crise com seus tuítes", ela conseguiu parecer mais ponderada.
Exibindo suas credenciais de estadista global, Merkel disse que trabalhará com Trump para encontrar uma solução diplomática para a crise com a Coreia do Norte, uma abordagem moderada que ecoou entre os eleitores alemães avessos a riscos.
Uma pesquisa da consultoria Infratest Dimap para o canal ARD feita após o debate mostrou que o desempenho geral de Merkel foi visto como mais convincente por 55 por cento dos entrevistados, e o de Schulz por 35 por cento.
Em sua carta a Merkel, uma cópia da qual foi vista pela Reuters, Schulz afirmou que os dois não trataram de perguntas dos eleitores sobre a economia digital, o futuro do mercado de trabalho, a previdência e a educação no debate.
Schulz, cujo SPD passou os últimos quatro anos como parceiro minoritário da 'grande coalizão' de conservadores de Merkel, tentou apelar ao eleitorado postulando a justiça social, mas a mensagem não teve muito eco.
Merkel, no poder desde 2005, pediu aos eleitores que não arrisquem permitir que uma aliança de esquerda liderada pelo SPD e nunca testada assuma o poder, exortando-os a ficar a seu lado durante "tempos turbulentos".
(Por Paul Carrel)