Por Pavel Polityuk
KIEV (Reuters) - A proeminente líder de oposição Maria Kolesnikova foi detida pelas autoridades de Belarus nesta terça-feira, disse um agente de fronteira, depois de a ativista conseguir frustrar o que um ministro do governo da Ucrânia descreveu como uma tentativa de expulsá-la do país.
A agência de notícias Interfax Ukraine disse que a ativista rasgou o passaporte deliberadamente para que as autoridades de fronteira ucranianas não conseguissem lhe dar passagem.
O vice-ministro do Interior ucraniano, Anton Gerashchenko, disse no Facebook que Kolesnikova, que desapareceu durante as 24 horas anteriores, conseguiu evitar "uma expulsão forçada de seu país nativo".
O destino de Kolesnikova, figura central das semanas de protestos de massa contra a reeleição contestada do presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, era um mistério desde que apoiadores disseram que homens mascarados a levaram em plena rua na capital Minsk, na segunda-feira.
"Maria Kolesnikova não pôde ser deportada de Belarus, já que esta mulher corajosa tomou medidas para impedir que fosse levada através da fronteira. Ela continuou no território da República de Belarus. Alexander Lukashenko é pessoalmente responsável por sua vida e saúde", disse Gerashchenko.
O paradeiro de Kolesnikova não ficou claro, mas duas outras figuras da oposição que desapareceram aproximadamente na mesma época que ela, Anton Rodnenkov e Ivan Kravtsov, de fato entraram na Ucrânia nas primeiras horas da manhã desta terça-feira, disse o serviço de fronteira ucraniano.
"Kolesnikova agora está detida, não sei dizer concretamente onde ela está, mas está detida", disse Anton Bychkovsky, representante do serviço de fronteira bielorrusso, à Reuters, por telefone. "Ela foi detida em conexão com as circunstâncias sob as quais eles (o grupo) deixaram o território de Belarus".