Por Brian Homewood
ZURIQUE (Reuters) - O presidente da Fifa, Gianni Infantino, disse nesta sexta-feira que ouviu do presidente do Irã, Hassan Rouhani, que existem planos para permitir que mulheres assistam a partidas de futebol no país em breve.
Infantino disse ter se encontrado com Rouhani durante uma visita a Teerã na quinta-feira, ocasião em que também assistiu a uma partida entre Esteghlal e Persepolis, um clássico da temporada iraniana.
"Recebi a promessa de que as mulheres do Irã terão acesso aos estádios de futebol em breve", disse Infantino durante um evento na sede da Fifa em Zurique. "Ele me disse que em países assim (como o Irã), estas coisas demoram um pouco".
O grupo iraniano OpenStadiums, que está fazendo campanha pelo direito de as mulheres assistirem a competições esportivas na República Islâmica, disse que algumas mulheres foram presas perto do estádio Azadi, na quinta-feira, durante o confronto entre Esteghlal e Persepolis.
"Enquanto o senhor Infantino estava assistindo a uma partida de futebol no estádio só para homens, torcedoras de futebol iranianas estavam presas", disse o grupo no Twitter.
Segundo a agência de notícias semioficial de estudantes iranianos Isna, o porta-voz do Ministério do Interior, Salman Samani, disse que as torcedoras não foram presas, mas transferidas pela polícia para um "local adequado".
Infantino disse estar ciente das críticas à sua visita, mas que sente que é melhor dialogar com os líderes do Irã.
"Ouvi que ocorreram alguns incidentes nos quais algumas mulheres foram detidas porque queriam ver uma partida de futebol, e houve algumas críticas, óbvia e justamente".
"Há duas maneiras de lidar com esta questão – ou criticamos, sancionamos, condenamos, não conversamos e cortamos relações, ou vamos lá, debatemos e tentamos convencer os líderes do país de que deveriam dar (às mulheres) acesso aos estádios. Escolhi a segunda opção".
Não surgiram comentários imediatos do Irã a respeito das colocações de Infantino. Na quinta-feira o escritório de Rouhani negou reportagens segundo as quais a proibição às mulheres já foi anulada.
O OpenStadiums disse que uma promessa semelhante para o acesso feminino aos estádios já havia sido feita em 2013 a Joseph Blatter, o antecessor de Infantino.
(Reportagem adicional de Parisa Hafezi em Ancara)