LONDRES (Reuters) - O líder trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, disse nesta sexta-feira que obteve um documento confidencial do governo que mostra que haverá verificações alfandegárias entre a Irlanda do Norte e a Grã-Bretanha nos termos do acordo de separação do Reino Unido da União Europeia negociado pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.
"Esta é a prova fria e incontestável que mostra categoricamente o impacto que o acordo danoso de Johnson para o Brexit terá em grandes partes de nosso país", disse Corbyn em um discurso feito em Londres.
Juntos, Irlanda do Norte e os países da ilha da Grã-Bretanha --Inglaterra, Escócia e País de Gale-- formam o Reino Unido.
A principal mensagem de campanha de Johnson para a eleição da semana que vem é que ele "fará o Brexit acontecer", três anos após o referendo de 2016, mas Corbyn disse que o slogan é enganoso.
Segundo ele, o premiê quer que os britânicos votem sem conhecer os fatos, dizendo que o documento governamental vazado revelou que haverá declarações alfandegárias e verificações de segurança na fronteira da Irlanda do Norte com a Grã-Bretanha, o que afirmou contradizer a afirmação de Johnson de que não haverá fronteira no mar da Irlanda.
Johnson respondeu às alegações de Corbyn dizendo que não tinha visto o documento, mas o descreveu como "absurdo". Uma alta fonte do governo disse que o documento foi escrito por uma autoridade júnior da administração, e não foi formalmente aprovado.
O plano dos trabalhistas para o Brexit é negociar um novo acordo com a UE para incluir uma união alfandegária e depois realizar outro referendo para decidir se ele é aceito ou não -- mas o próprio Corbyn prometeu permanecer neutro.
"Assim que a decisão for tomada, precisaremos de um primeiro-ministro capaz de falar com os dois lados se for para unirmos o país", disse Corbyn. "Acho que todos nós já estamos fartos desta divisão ".
(Por Andrew MacAskill)