PARIS (Reuters) - Os líderes do Congresso liderado pela oposição da Venezuela se reuniram nesta segunda-feira com o presidente francês, Emmanuel Macron, para pressionar por ajuda humanitária ao país em crise, na primeira etapa de uma turnê europeia em que buscam apoio contra o presidente Nicolás Maduro.
O governo de Maduro foi criticado pela Organização das Nações Unidas, Estados Unidos e outros governos por não permitir a entrada de ajuda externa para aliviar uma grave crise econômica, enquanto anula o Congresso liderado pela oposição e detém centenas de adversários.
"Eu ressaltei a urgência de abrir a porta à ajuda humanitária na Venezuela", disse o presidente do Congresso, Julio Borges, acrescentando que Macron estava ansioso para ajudar.
A oposição ganhou o controle do Congresso em 2015, mas a Suprema Corte leal a Maduro ignorou todas as principais leis aprovadas.
Maduro disse que enfrenta uma "insurreição armada" destinada a acabar com o socialismo na América Latina e permitir que uma elite empresarial apoiada pelos EUA aproveite as reservas de petróleo do país.
Em Caracas, nesta segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, convocou embaixadores de Espanha, Alemanha, Itália e Reino Unido para emitir uma nota de protesto, acusando-os de se meterem em assuntos internos da Venezuela.
Macron, que não falou aos repórteres após a reunião, na semana passada classificou o regime da Venezuela como uma ditadura. A situação venezuelana tem uma ressonância particular na França, onde o partido de extrema-esquerda França Insubmissa, atualmente o grupo opositor mais crítico a Macron, apoia Maduro.
A ativista de direitos humanos Lilian Tintori, esposa do líder opositor venezuelano Leopoldo López, disse no sábado que foi impedida de deixar seu país de avião para ir à França e a outras capitais da União Europeia.
"A ditadura não quer que minha voz seja ouvida no exterior. Mas a turnê segue em frente", escreveu ela em sua conta no witter no sábado.
(Reportagem de Ingrid Melander, Jean-Baptiste Vey e Marine Pennetier)