SANAA (Reuters) - O líder da milícia rebelde Houthi no Iêmen pediu a seus homens neste domingo que sigam na luta contra o governo do país, apoiado por uma coalizão árabe, e negou a perda do controle da cidade de Aden, no mês passado, alegando que essa foi uma conquista "limitada" dos adversários, viável apenas devido ao feriado muçulmano do Ramadã.
Em um discurso ao vivo na televisão, aparentemente destinado a levantar a moral de seus homens, Abdel-Malek-al-Houthi acusou seus adversários de recorrer a alianças com os militantes do Estado Islâmico e com Israel em seu ataque sobre a cidade portuária do sul.
Houthi disse que a queda de Aden aconteceu apenas porque alguns Houthis e lutadores aliados retornaram a suas casas para estar com suas famílias no final do mês muçulmano sagrado do Ramadã. Ele afirmou que uma solução política para a guerra no país ainda é possível.
"Continuem e movam-se em sua resistência. Vocês estão em uma posição forte. E vocês estão no caminho para vencer", ele disse. "Nós estamos em uma batalha, uma grande batalha, em que devemos usar todos nossos esforços".
O governo retomou grande parte de Aden em julho, apoiado por ataques aéreos travados desde o final de março pela Arábia Saudita e seus aliados regionais, que tentam acabar com o controle Houthi sobre a maior parte do país e retomar o mandato do presidente Adb-Rabbu Mansour Hadi, que está exilado.
"O inimigo, quando jogou todo seu peso e realizou milhares de ataques, conseguiu conquistas limitadas. Eles aproveitaram uma oportunidade", disse Houthi, referindo-se ao Ramadã. Ele disse, no entanto, sem dar detalhes, que "uma solução política ainda é possível, internamente", para a guerra no país, que já dura quatro meses.
(Por Mohammed Ghobari e Hadeel al Sayegh)
(Por Luciano Costa)