Por Michel Rose
PARIS (Reuters) - O presidente da França, Emmanuel Macron, alertou contra um "novo imperialismo" no Pacífico durante uma visita histórica à região, denunciando o comportamento predatório das grandes potências em uma região onde a China está ampliando os laços comerciais e de segurança.
A França, que tem territórios insulares no Indo-Pacífico, incluindo a Polinésia Francesa, tem reforçado os laços de defesa com a Índia e outros países da região como parte de um movimento para combater a influência chinesa.
Em um discurso em Vanuatu, Macron, o primeiro presidente francês a pisar no país insular do Pacífico desde Charles de Gaulle, disse que a França trabalhará "ombro a ombro" com os Estados da região para preservar sua independência.
"Há no Indo-Pacífico, especialmente na Oceania, um novo imperialismo aparecendo e uma lógica de poder que ameaça a soberania de muitos Estados, os menores e muitas vezes os mais frágeis", disse Macron, sem citar nenhum país.
"O mundo moderno está abalando a soberania e a independência do Indo-Pacífico. Primeiro, pela predação das grandes potências. Navios estrangeiros pescam ilegalmente aqui. Na região, muitos empréstimos com condições leoninas estrangulam o desenvolvimento."
Os países das Ilhas do Pacífico estão sendo cortejados pela China, um grande credor de infraestrutura que firmou um pacto de segurança com as Ilhas Salomão no ano passado, e pelos Estados Unidos, que está reabrindo embaixadas fechadas desde a Guerra Fria.
A China tem sido um importante credor de infraestrutura para os países das Ilhas do Pacífico, incluindo Vanuatu, na última década. O maior credor de Vanuatu é o banco Exim da China, responsável por um terço da dívida, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Washington tem intensificado as patrulhas da Guarda Costeira dos EUA e a vigilância da pesca ilegal nas ilhas do Pacífico, após preocupação com as ambições navais da China.
Depois de Vanuatu, Macron deve chegar a Papua Nova Guiné nesta quinta-feira, logo após o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, que esteve no país na quinta-feira.
Os Estados Unidos e seus aliados estão tentando impedir que os países das Ilhas do Pacífico estabeleçam laços de segurança com a China, uma preocupação crescente em meio à tensão sobre Taiwan.