Por Richard Lough
PARIS (Reuters) - O presidente da França, Emmanuel Macron, pedirá a países ricos e empresas globais nesta terça-feira que contribuam com mais recursos para combater o aquecimento global e ajudar nações mais pobres a lidarem com o impacto da mudança climática.
Macron é o anfitrião da cúpula "Um Planeta" no aniversário de dois anos do acordo climático de Paris, por meio do qual quase 200 governos concordaram em acabar com sua grande dependência de combustíveis fósseis e conter um aquecimento global ainda maior.
O líder francês tentará mostrar que existem avanços sendo feitos com vista a estas metas tão duramente negociadas, mesmo depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter dito em junho que retirará seu país do pacto.
Macron disse que a decisão de Trump foi "um profundo despertar para que o setor privado" adote ações.
"Se decidirmos não nos mexer e não mudar a maneira como produzimos, investimos, nos comportamos, seremos responsáveis por bilhões de vítimas", disse ele à rede de televisão norte-americana CBS News.
Nações em desenvolvimento dizem que as ricas não estão alinhadas a um compromisso mais abrangente do acordo de Paris, o de providenciar 100 bilhões de dólares por ano até 2020 – dos setores público e privado – para ajudá-las a trocar os combustíveis fósseis por fontes de energia mais limpas e se adaptarem aos efeitos da mudança climática.
Embora Macron tenha dito que o que falta são projetos concretos com financiamento certo, nenhum compromisso internacional de caráter obrigatório será anunciado.
Cerca de 50 líderes mundiais devem comparecer à cúpula parisiense, inclusive o presidente do México, Enrique Peña Nieto, e líderes de alguns dos Estados mais ameaçados pela mudança climática, como Chade, Madagascar e Peru.
Os EUA só enviarão uma delegação oficial da embaixada de Paris, mas os astros Leonardo Di Caprio e Arnold Schwarzenegger e o governador da Califórnia, Jerry Brown, líder da sexta maior economia do mundo, devem defender um esforço mais organizado para confrontar o aquecimento global.
Parte do foco estará na maneira como instituições financeiras de financiamento público e privado podem mobilizar mais dinheiro e como investidores podem pressionar grandes corporações a adotarem estratégias mais ecológicas.