Por Ellen Francis e Michel Rose
BEIRUT/PARIS (Reuters) - O presidente da França, Emmanuel Macron, prometeu a uma população libanesa furiosa em Beirute que a ajuda para reconstruir a cidade não irá para "mãos corruptas", e pediu às autoridades políticas do país que façam reformas, ou correm o risco de mergulhar o Líbano ainda mais fundo na crise.
Macron fez a declaração durante a primeira visita de um líder estrangeiro à capital libanesa desde que a maior explosão de sua história atingiu a cidade, matando pelo menos 145 pessoas, ferindo 5.000 e deixando partes da capital em ruínas.
Depois de visitar o porto no epicentro da explosão, Macron foi recebido por uma multidão na rua Gemmayze, uma das mais danificadas da cidade, com gritos contra o establishment político e a corrupção endêmica.
"Garanto a vocês que essa ajuda não vai para mãos corruptas", disse Macron, que usava gravata preta de luto.
Ele prometeu enviar mais ajuda médica e outros tipos de auxílio para o Líbano e retornar ao país por volta de 1º de setembro, enquanto os que estavam ao seu lado entoavam gritos como "revolução" e "o povo quer a queda do regime".
"Vou conversar com todas as forças políticas para pedir um novo pacto. Estou aqui hoje para propor um novo pacto político a eles", afirmou Macron, fazendo cumprimentos em vias cheias de escombros e com lojas com vitrines e janelas estouradas.
As autoridades atribuem a explosão a um enorme estoque de material altamente explosivo armazenado por anos em condições inseguras no porto de Beirute. O governo ordenou a prisão de alguns trabalhadores portuários.