CARACAS (Reuters) - O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse que seu governo irá trabalhar para estabelecer um diálogo com os Estados Unidos sob o comando do presidente eleito, Joe Biden, depois que as relações se deterioraram com o atual presidente, Donald Trump.
"Espero que possamos trabalhar para reiniciar canais sinceros e diretos de diálogo decente entre o futuro governo de Joe Biden e o governo que eu presido", disse Maduro em um discurso na televisão estatal no domingo, um dia após o ex-vice presidente dos EUA ser declarado vencedor no pleito eleitoral dos EUA.
O republicano Trump utilizou sanções econômicas e pressão diplomática para pressionar o líder socialista venezuelano a renunciar, acusando-o de corrupção, violações dos direitos humanos e de fraude na sua vitória na reeleição de 2018.
Washington fechou sua embaixada em Caracas no ano passado e cortou laços com Maduro depois de reconhecer Juan Guaidó, o presidente da Assembleia Nacional controlada pela oposição, como o legítimo líder da Venezuela. Dezenas de outros países também reconheceram Guaidó, e os EUA também impuseram sanções à indústria de petróleo do país-membro da Opep.
Os assessores de Biden disseram que ele pressionará por ajuda humanitária na Venezuela e modificará a estrutura de sanções, sem desmontá-la totalmente. As sanções se mostraram populares entre os apoiadores da oposição na Venezuela, bem como muitos eleitores de ascendência venezuelana e cubana na Flórida, um Estado-chave que é disputado de perto entre democratas e republicanos.
Tanto Maduro como Guaidó parabenizaram Biden pela vitória no sábado.
(Por Mayela Armas)