MADRI (Reuters) - Cerca de 170 mil pessoas marcharam por Madri neste sábado, no maior protesto até agora contra uma lei de anistia à tentativa de separação da Catalunha em 2017, que foi negociada pelos Socialistas para formar um governo.
A manifestação, a mais recente de uma série de protestos em cidades espanholas contra a anistia, foi realizada dois dias depois do primeiro-ministro socialista, Pedro Sánchez, ganhar um mandato de quatro anos, com apoio dos partidos nacionalistas da Catalunha e do País Baco, em troca de sua concordância com a lei.
Os manifestantes, muitos deles agitando bandeiras espanholas e segurando cartazes que diziam "Sánchez traidor" e "Não vendam a Espanha", protestaram contra a lei, que quatro associações judiciárias, partidos políticos de oposição e líderes empresariais dizem ameaçar o Estado de direito e a separação dos poderes.
As autoridades estimam o número de manifestantes em 170 mil.
Após a passeata, centenas de pessoas protestaram na rodovia perto do Palácio de Moncloa, residência do primeiro-ministro em Madrid. A estrada A6 foi fechada por cerca de uma hora durante o protesto, mas reaberta após a polícia liberar a área.
Um pequeno protesto foi realizado em frente à Embaixada da Espanha em Londres.
A anistia abrangerá cerca de 400 pessoas envolvidas na tentativa de independência de 2017, incluindo separatistas, mas também policiais envolvidos nos conflitos com ativistas.
O referendo de independência foi declarado ilegal pelos tribunais e gerou a pior crise política da Espanha em décadas.
Sánchez, que venceu uma eleição parlamentar para formar um novo governo na quinta-feira por 179 votos a favor e 171 contra, defendeu a lei dizendo que a anistia ajudaria a aliviar tensões na Catalunha.
(Reportagem de Graham Keeley, reportagem adicional de Susana Vera, Raul Cadenas, Silvio Castellanos)