Por Michelle Nichols
NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - A ganhadora do prêmio Nobel da Paz Malala Yousafzai vai pedir aos líderes mundiais na sexta-feira que garantam que todas as crianças do mundo recebam 12 anos de educação gratuita e de qualidade, e o ex-astro de futebol David Beckham fez um apelo nas Nações Unidas para que as crianças sejam prioridade.
Malala, que foi alvejada por membros do Taliban em 2012 num ônibus escolar no Paquistão por ter defendido o direito das meninas estudarem, vai abrir a cúpula de líderes mundiais nas Nações Unidas deste ano, na qual será adotada uma nova agenda para o desenvolvimento sustentável do mundo, vigente pelos próximos 15 anos.
"Os sonhos que (os líderes mundiais) tenham para suas próprias crianças, tenho esperança que vão ter também os mesmos sonhos para o resto das crianças do mundo... O resto das crianças do mundo também merecem o direito de ir à escola", disse Malala à Reuters em uma entrevista por telefone nesta quinta-feira.
"Se você quer que nosso futuro seja mais poderoso, seja mais iluminado, seja mais brilhante, nós precisamos investir em educação, o que não demanda tanto dinheiro quanto imaginamos – somente 39 bilhões de dólares, o mesmo que gastamos em oito dias com as forças militares", disse ela.
Malala, que comemorou seu 18o aniversário em julho, no Líbano, inaugurando uma escola para meninas refugiadas sírias, disse que vai também destacar os perigos sofridos pelas crianças refugiadas na Europa, continente que lida com o maior fluxo de imigrantes e refugiados visto desde a Segunda Guerra Mundial.
"Isso realmente me deixa triste; então tenho esperança que o líderes mundiais realmente pensem sobre como encontrar uma solução para esses problemas e garantir que as pessoas voltem para suas casas", disse ela.
Beckham, embaixador da boa vontade para o Unicef desde 2004, lançou nesta quinta-feira uma plataforma criada pelo Google que envia mensagens pessoais de crianças aos líderes mundiais.
"Junte-se a mim para pedir aos líderes mundiais que coloquem as crianças, especialmente as mais desfavorecidas, no coração das novas metas globais", disse o britânico. "Todas as crianças compartilham a mesma esperança para um futuro melhor."