AEROPORTO BEN-GURION, Israel (Reuters) - Centenas de manifestantes antigovernamentais convergiram para o Aeroporto Ben Gurion, em Israel, nesta segunda-feira, e alguns na multidão brigaram com a polícia, que tentou impedí-los de bloquear o acesso ao terminal.
A calçada do lado de fora do saguão de desembarque estava repleta de manifestantes carregando bandeiras, buzinas e tambores. Um cordão de policiais se alinhou na via enquanto carros de passageiros e ônibus passavam lentamente.
Vídeo da Reuters mostrou dezenas entrando no saguão e protestando lá dentro.
O protesto é contra um plano do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para reformar o judiciário. No início do dia, os manifestantes fecharam brevemente o acesso a um importante porto marítimo israelense.
O esforço legislativo, revelado depois que Netanyahu recuperou o poder no final de dezembro, liderando uma coalizão de extrema direita, desencadeou protestos sem precedentes, despertou preocupações com a saúde democrática de Israel e prejudicou a economia.
A polícia prometeu manter o Ben Gurion operando e um porta-voz da autoridade aeroportuária disse que não houve atrasos incomuns nos voos.
Um panfleto que circulou online convocava os manifestantes a irem a Ben Gurion com malas e passaportes, sugerindo que planejavam se passar por passageiros para contornar os cordões policiais.
Netanyahu aplacou alguns dos protestos durante as negociações de compromisso com a oposição, mas elas se mostraram infrutíferas. Ele agora está buscando um pacote legislativo que diz ser uma versão reduzida da reforma.
Como a coalizão religiosa-nacionalista de Netanyahu tem uma maioria parlamentar confortável, os críticos têm realizado mais protestos de rua em um esforço para impedir as mudanças que veem como uma ameaça à independência do tribunal.
Vários manifestantes, alguns segurando bandeiras israelenses e outros tocando tambores, bloquearam o portão do porto de Haifa, no norte, por 1,5 hora. Um porta-voz do porto disse que eles impediram a entrada de cerca de 100 caminhões e atrasaram o carregamento da carga.
Netanyahu, que está sendo julgado por acusações de corrupção que ele nega, defende suas reformas do judiciário como uma tentativa de restaurar o equilíbrio entre os vários ramos do governo e corrigir o que ele e seus aliados de coalizão consideram um exagero dos tribunais.
(Reportagem de Rami Amichay, Dan Williams, Ari Rabinovitch e Steven Scheer)