Por Susan Heavey
WASHINGTON (Reuters) - Autoridades de Maryland derrubaram uma estátua nesta sexta-feira de um presidente da Suprema Corte no século 19 que escreveu uma infame decisão pró-escravidão, no mais recente exemplo de ações pelos Estados Unidos sobre memoriais que provocaram protestos racialmente carregados.
Ao mesmo tempo, a mãe de uma mulher morta quando um homem atropelou uma multidão de manifestantes em protesto contra uma marcha de nacionalistas brancos na cidade de Charlottesville, na Virgínia, disse que após ouvir os comentários mais recentes do presidente Donald Trump decidiu não querer falar com ele.
No que se tornou a maior crise interna de seu mandato, Trump foi duramente criticado, incluindo por muitos colegas republicanos, por não colocar a culpa da violência em Charlottesville somente nos organizadores da manifestação, mas também nos ativistas antirracismo que se opuseram a eles.
Equipes da capital do Estado de Maryland, Annapolis, removeram a estátua de bronze de 145 anos de Roger Taney de sua base do lado de fora da Câmara estadual à noite usando um guindaste, segundo a mídia local.
O governador de Maryland, o republicano Larry Hogan, havia pedido na quarta-feira que o monumento fosse retirado imediatamente. A decisão de Taney em 1857, conhecida como a decisão Dred Scott, reafirmava a escravidão e dizia que pessoas negras não poderiam ser cidadãs dos Estados Unidos.
Pessoas opostas aos monumentos dos Estados Confederados, que lutaram na Guerra Civil norte-americana pela preservação da escravidão, veem os monumentos como símbolos de racismo. Apoiadores dizem que os monumentos honram a história norte-americana e alguns monumentos se tornaram pontos de encontro para manifestações de nacionalistas brancos.