Por William James
LONDRES (Reuters) - A primeira-ministra britânica, Theresa May, nomeou uma forte apoiadora do Brexit como ministra do Desenvolvimento Internacional nesta quinta-feira, após uma pedido de demissão que deixou a primeira-ministra lutando para evitar um conflito aberto em um gabinete dividido sobre a questão de deixar ou não a União Europeia.
May tem lidado com crises em diversas frentes. Sua equipe luta para avançar nas negociações sobre a saída da UE, diversos ministros estão envolvidos em um amplo escândalo de assédio sexual e sua habilidade de comandar uma maioria no Parlamento está enfrentando seu mais sério teste.
Penny Mordaunt, 44, que já teve papeis ministeriais menores anteriormente, teve uma breve reunião com May durante a qual sua nomeação como nova Secretária do Desenvolvimento Internacional foi confirmada.
Priti Patel, também apoiadora do Brexit, demitiu-se do cargo na quarta-feira por reuniões não divulgadas com autoridades israelenses que quebraram o protocolo diplomático.
A renúncia de Patel forçou May a realizar um segundo rearranjo em seu gabinete, uma semana depois de Michael Fallon renunciar como Secretário da Defesa no escândalo de assédio sexual. Dois outros ministros, incluindo o vice de May, também estão sendo investigados.
Ainda que May e seu gabinete estejam unidos em sua intenção de retirar o Reino Unido da UE, sua equipe ministerial é vista como um delicado equilíbrio entre legisladores que ainda são identificados como "remanescentes" ou "deixantes" de acordo com como votaram no referendo.
"Deixando de lado as qualificações de Penny Mordaunt para o trabalho, a principal é obviamente o fato de que ela é apoiadora do Brexit. Não parece nesse momento que qualquer nomeação possa ser feita nesse governo que não seja na base de pessoa apoiar o 'deixe' ou o 'fique'", disse Tim (SA:TIMP3) Bale, professor de política na Universidade Queen Mary, em Londres.
"Isso é indicativo da difícil posição na qual Theresa May está e você precisa perguntar se isso é bom para o país."
Mordaunt fez campanha para o grupo do "Vote Sair" durante o referendo da UE, e foi criticada pelo então primeiro-ministro David Cameron por dizer de forma imprecisa que o Reino Unido não seria capaz de impedir a Turquia de entrar na UE caso permanecesse como membro. Todos os Estados da UE têm poder de veto sobre novos membros.
A ex-ministra júnior da Defesa foi eleita em 2010 para representar a cidade costeira de Portsmouth, onde ela também serve como reservista voluntária para a Marinha Real.
No início dos anos 1990 ela trabalhou em hospitais e orfanatos na Romênia e, recentemente, falou sobre condições "medievais" que testemunhou lá. Até a nomeação de quinta-feira, Mordaunt mantinha uma posição ministerial júnior, com responsabilidades perante pessoas com deficiência, saúde e trabalho no Departamento de Trabalho e Pensões.