BERLIM (Reuters) - A chanceler alemã, Angela Merkel, fez nesta terça-feira um apelo fervoroso para os eleitores apoiarem seu postulante a sucessor, Armin Laschet, na eleição nacional deste mês, já que uma pesquisa de opinião mostrou que o endosso aos conservadores atingiu uma mínima histórica.
A sondagem Forsa para a RTL/n-tv mostrou o apoio ao Partido Social-Democrata (SPD) em 25%, o que amplia sua vantagem sobre o bloco conservador formado pela União Democrata-Cristã (CDU) e a União Social-Cristã, que perdeu dois pontos em relação à semana anterior e está com 19%, o que a n-tv disse ser uma mínima nunca vista antes.
O SPD só conseguiu liderança nas pesquisas no mês passado, um contratempo que criou incerteza na eleição que determinará o rumo futuro da Alemanha, a maior economia da Europa e seu país mais populoso, depois de 16 anos da liderança firme de centro-direita de Merkel.
"Os cidadãos têm uma escolha em alguns dias: ou um governo que aceita o apoio do partido (de extrema-esquerda) Linke com o SPD e os Verdes, ou ao menos não o exclui, ou um governo federal liderado pela CDU e a CSU (SA:CARD3) com Armin Laschet como chanceler – um governo federal que leve nosso país ao futuro com moderação", disse Merkel a parlamentares da câmara baixa do Parlamento no que provavelmente foi seu último discurso na casa.
Depois de perderem a dianteira nas pesquisas, os conservadores estão contando cada vez mais com alertas sobre uma guinada para a esquerda em uma coalizão liderada pelo SPD para tentar ressuscitar sua campanha em apuros.
Na segunda-feira, o Linke se apresentou como aspirante a parceiro de coalizão ao SPD e aos Verdes, que se sentiriam desconfortáveis com tal aliança.
O candidato a chanceler do SPD, Olaf Scholz, vem se distanciando do Linke, e diz que o partido é inadequado para um governo enquanto não se comprometer claramente com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), uma parceria transatlântica com os Estados Unidos e finanças públicas sólidas.
Merkel disse que Laschet lideraria um governo que defende "estabilidade, confiabilidade, moderação e o meio-termo – e é exatamente isto que a Alemanha precisa".
Mas a promessa de "constância" de Laschet não está ecoando em eleitores preocupados com a mudança climática, a imigração e a pandemia de Covid-19.
Falando depois de Merkel, Scholz disse à câmara baixa do Parlamento: "Um novo começo é necessário, e espero e estou certo de que triunfará".
(Por Paul Carrel)