Por Stephanie Nebehay
GENEBRA (Reuters) - Mianmar afirmou à agência de refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta segunda-feira que sua maior prioridade é trazer de volta os rohingyas que fugiram para Bangladesh, mas que é necessário muito trabalho para "consolidar a estabilidade" em sua conturbada região de Rakhine, no norte do país.
Também nesta segunda-feira Bangladesh e Mianmar concordaram em criar um grupo de trabalho para planejar a repatriação de mais de meio milhão de refugiados muçulmanos rohingyas que foram para Bangladesh para escapar da repressão do Exército, disse o ministro das Relações Exteriores bengalês.
Win Myat Aye, ministro da União e do Bem Estar Social, Alívio e Reassentamento de Mianmar, se dirigiu ao Comitê Executivo do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) depois que o diretor da agência, Filippo Grandi, pediu a resolução das questões relacionadas à cidadania e aos direitos dos rohingyas.
"Nossa próxima prioridade imediata é trazer de volta os refugiados que fugiram para Bangladesh", afirmou Win Myat Aye ao fórum de Genebra.
"O processo de repatriação pode começar a qualquer momento para aqueles que desejam voltar para Mianmar. A verificação dos refugiados será baseada no acordo (firmado) entre os governos de Mianmar e Bangladesh em 1993", disse.
"Aqueles que forem comprovados como refugiados deste país serão aceitos sem qualquer problema e com a garantia plena de sua segurança e seu acesso à dignidade humana".
A situação dos rohingyas continua indefinida em Mianmar, onde estes não têm direito à cidadania, são classificados como imigrantes ilegais e marginalizados e foram sujeitos a surtos de violência comunitária ao longo dos anos, apesar de reivindicarem raízes centenárias na nação.