Por Nidal al-Mughrabi
FRONTEIRA DE GAZA (Reuters) - Um palestino foi morto e mais de 200 pessoas ficaram feridas em confrontos com tropas israelenses nesta sexta-feira, quando milhares se reuniram em protesto na fronteira entre Gaza e Israel, informaram autoridades de Gaza.
Os palestinos arremessaram pedras e queimaram pneus perto da cerca da fronteira, onde os atiradores de elite do Exército israelense estão posicionados. Alguns na multidão atiraram bombas incendiárias e um artefato explosivo, e tentaram atravessar para Israel, segundo os militares israelenses.
Autoridades médicas palestinas disseram que as tropas israelenses abriram fogo contra os manifestantes, matando um e ferindo 220.
Um porta-voz militar de Israel disse que os soldados estavam sendo confrontados por baderneiros e responderam "com meios de dispersão de tumulto, e também disparando de acordo com as regras de engajamento".
Palestinos chegaram em massa a acampamentos próximos da fronteira enquanto o protesto apelidado de "A Grande Marcha do Retorno" – que evoca um clamor antigo de refugiados para voltar aos seus lares ancestrais no que hoje é Israel – entrava em sua terceira semana.
Tropas israelenses já mataram 31 palestinos de Gaza a tiros e centenas ficaram feridos desde o início das manifestações, provocando críticas internacionais contra as táticas letais usadas contra eles.
Nesta sexta-feira grupos de jovens acenaram com bandeiras palestinas e incendiaram centenas de pneus e bandeiras israelenses perto da fronteira cercada depois das orações. Em um acampamento ao leste da Cidade de Gaza, jovens carregaram nos ombros um caixão envolto na bandeira israelense com as palavras "O Fim de Israel".
Israel declarou uma zona de interdição perto da cerca da fronteira com Gaza.
Nenhum israelense morreu durante os protestos, e grupos de direitos humanos dizem que os militares de Israel vêm usando munição letal contra manifestantes que não representam risco imediato de morte.
Israel afirma estar fazendo o que precisa para defender sua fronteira e para impedir que algum manifestante atravesse a cerca.
O protesto planejado para durar seis semanas ressuscitou uma exigência antiga pelo direito de refugiados palestinos voltarem para as cidades e vilarejos dos quais seus familiares fugiram, ou foram expulsos, quando o Estado de Israel foi criado 70 anos atrás.
O protesto começou em 30 de março e deve terminar em 15 de maio.