Por Devjyot Ghoshal e Huizhong Wu
NOVA DÉLHI/PEQUIM (Reuters) - Militares da Índia e da China concordaram em desmobilizar as forças que se hostilizavam em um trecho disputado da fronteira onde um confronto ocorrido na semana passada deixou 20 soldados indianos mortos, disse uma fonte do governo em Nova Délhi nesta terça-feira.
Falando em Pequim, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, disse que os dois lados concordaram em adotar medidas para apaziguar as tensões.
"Houve um consenso mútuo para desmobilizar", disse a fonte indiana comentando o desfecho de uma reunião entre comandantes na fronteira na segunda-feira que durou quase 11 horas.
Zhao descreveu as reportagens recentes sobre 40 baixas chinesas no conflito como "fake news".
A China não revelou quantas baixas seu lado sofreu no embate brutal do dia 15 de junho, quando soldados se agrediram com pedras e bastões de madeira cravejados de pregos, sem deixar de observar um protocolo de longa data para evitar o uso de armas de fogo.
Tropas dos vizinhos detentores de armas nucleares estão se hostilizando em várias áreas da região de Ladakh, no oeste dos Himalaias, desde o mês passado, e o confronto no Vale (SA:VALE3) de Galwan foi o mais mortífero em mais de cinco décadas.
Mas a fonte indiana disse que o diálogo de segunda-feira no lado chinês da Linha de Controle Efetivo (LAC), a divisa de fato, ocorreu em uma "atmosfera cordial, positiva e construtiva".
"Modalidades de desmobilização em todas as áreas de atrito em Ladakh Oriental foram debatidas e serão levadas adiante pelos dois lados", disse a fonte indiana.
Em rodadas de conversas anteriores, a China pediu à Índia que interrompa todos os trabalhos de construção no que diz ser território chinês.
Por sua parte, a Índia está pressionando a China a fazer suas tropas recuarem para onde estavam em abril.