Por Joe Hemba
DAMATURU, Nigéria (Reuters) - Uma menina adolescente se explodiu em um ponto de ônibus lotado em uma cidade no nordeste da Nigéria nesta terça-feira, matando pelo menos 15 pessoas e ferindo 53, no segundo ataque do tipo nesta semana.
Ninguém assumiu a responsabilidade pelo ataque em Potiskum, mas o principal suspeito é o grupo Boko Haram, cuja luta pela criação de um Estado islâmico na Nigéria, país com diversidade religiosa, já matou milhares de pessoas e desalojou mais de um milhão.
A testemunha Musa Ayuba, que foi derrubado pela força da explosão, disse que a jovem chegou no ponto de de ônibus em Tashan Dan Borno em um riquexó e estava tentando entrar no ônibus quando detonou a bomba.
Uma fonte da segurança confirmou a explosão, e uma fonte no hospital local disse que 15 corpos foram levados e 53 pessoas estavam recebendo tratamento para as feridas, algumas sérias.
No domingo, uma adolescente com explosivos amarrados matou cinco pessoas e feriu dúzias fora de um mercado em Potiskum.
O uso de mulheres-bomba se tornou uma tática comum do Boko Haram desde o último ano, quando o grupo conquistou território e ficou mais forte e mortal.
Mas, nas últimas três semanas, o grupo começou a sofrer uma série de derrotas em uma ofensiva militar da Nigéria e dos vizinhos Camarões, Níger e Chade.
No último sábado, tropas nigerianas apoiadas por ataques aéreos expulsaram o Boko Haram da cidade fronteiriça de Baga, uma vitória significante na ofensiva, de acordo com o Exército.
A falta de proteção a civis é a maior crítica à administração do presidente Goodluck Jonathan da Nigéria, onde as eleições estão marcadas para 28 de março.
Potiskum se encontra no Estado de Yobe, que sofreu diversos ataques do Boko Haram, mas não foi dominado por eles, diferentemente do Estado vizinho de Borno, que fica a centenas de quilômetros do epicentro da guerra contra os insurgentes.
Na segunda-feira, o porta-voz da defesa major-general Chris Olukolade disse que ataques aéreos estavam em curso em alvos do Boko Haram na cidade de Gwoza, no Estado de Borno, onde o grupo declarou um Estado islâmico e nas cidades de Bama e Sambisa.
(Reportagem adicional de Ardo Abdallah em Bauchi)