RIAD (Reuters) - Uma mulher saudita foi nomeada para um importante cargo de governo pela primeira vez, disseram autoridades na quarta-feira pouco depois do fim de uma proibição das mulheres dirigirem veículo, à medida que o reino conservador toma medidas para modernizar sua imagem.
A Arábia Saudita, local de nascimento do Islã, era amplamente criticada por ser o único país do mundo que impedia mulheres motoristas, uma tradição vista pelos ativistas de direitos como emblemática da repressão das mulheres por Riad.
Um dia depois de o rei Salman emitir um decreto encerrando a proibição, o governo anunciou que uma mulher foi nomeada como prefeita-assistente de Al Khubar.
Eman Al-Ghamidi recebeu o cargo "como parte do plano para aumentar o número de mulheres em cargos de liderança de acordo com a Visão 2030", afirmou o Centro de Comunicação Internacional do Ministério da Cultura e Informação em um comunicado.
O governo saudita tem dito que a Visão 2030, um vasto plano de reformas econômicas e sociais, elevará a participação das mulheres no mercado de trabalho para 30 por cento, dos atuais 22 por cento.
As mulheres sauditas se regozijaram com sua nova liberdade histórica para dirigir na quarta-feira, com alguns indo para as vias, embora as licenças não vão ser emitidas por mais nove meses.
Permitir que as mulheres dirijam poderia eventualmente aumentar a pressão para remover outros obstáculos ao seu emprego, como um sistema de tutela masculino que exige que as mulheres tenham aprovação de um parente para a maioria das decisões em educação, emprego, casamento, planos de viagem e até mesmo tratamento médico.
(Reportagem de Stephen Kalin)
((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447702)) REUTERS AC