BELFAST (Reuters) - Um grafite pró-IRA na região de Londonderry na Irlanda do Norte, onde a jornalista Lyra McKee foi baleada e morta, foi substituído por imagens coloridas e mensagens positivas, em desafio ao grupo militante responsável por sua morte.
O assassinato da repórter de 29 anos, cometido por um membro do novo grupo do IRA que se opõe a um acordo de paz que encerrou três décadas de violência sectária na Irlanda do Norte provocou uma comoção entre todas as comunidades da província.
O muro grafitado onde antes do assassinato era possível ler os dizeres "IRA, exército invicto" foi pintado de preto com imagens coloridas, algumas delas com rostos de crianças, e com mensagens como "Nossas diferenças nos tornam mais fortes".
O ministro das Relações Exteriores irlandês, que integra o governo que é um dos avalistas do acordo de paz, foi ao Twitter na segunda-feira para elogiar a população local do bairro de Creggan, na cidade de Belfast, por terem tomado uma postura em relação ao grupo militante.
"Muito respeito pela comunidade de Creggan, em Derry, que está determinada em mandar uma mensagem positiva e generosa e rejeitar a violência dos que não oferecem nada, a não ser intimidação - muito bem!", afirmou Simon Coveney na rede social.
Um porta-voz da sociedade de moradores de Creggan disse ao jornal Irish News que havia pintado o muro após consultar os líderes comunitários, incluindo o Saoradh, um partido político que tem ligações com o novo IRA.