NOVA YORK (Reuters) - A rede NBC, a Fox News e o Facebook (NASDAQ:FB) retiraram de circulação uma peça publicitária de campanha que liga a caravana de migrantes centro-americanas a um assassino de um policial.
A peça é aprovada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e foi considerada "racista" pela CNN, afirmaram as empresas de comunicação e mídia nesta segunda-feira.
Os anúncios de televisão que seriam veiculados em horário nobre foram pagos pela campanha "Donald J. Trump for President" foram veiculados durante a transmissão semanal de futebol americano na noite de domingo, o chamado "Sunday Night Football".
A peça variava entre cenas do julgamento de Luis Bracamontes, um imigrante mexicano irregular condenado pelo assassinato de dois policiais na Califórnia em 2014, e imagens da caravana de migrantes, que tem se movimentado lentamente pelo México em direção aos Estados Unidos.
O anúncio foi transmitido nos intervalos das populares transmissões esportivas para incentivar os eleitores a escolherem candidatos do partido Republicano de Trump nas eleições parlamentares de terça-feira, que podem determinar se os republicanos irão ou não manter a maioria no Congresso do país.
"Depois de revisões reconhecemos a natureza insensível da peça e decidimos interromper sua transmissão em nossa rede assim que possível", disse um porta-voz da NBC Universal, que é de propriedade da Comcast Corp (NASDAQ:CMCSA), em um comunicado nesta segunda-feira.
O anúncio foi rejeitado anteriormente pela CNN, que o chamou de "racista".
"A CNN deixou absolutamente claro em sua cobertura editorial que esta peça era racista. Quando apresentada com uma oportunidade para receber pela veiculação deste anúncio, nós recusamos. Esses são os fatos", publicou a conta oficial da emissora no Twitter (NYSE:TWTR) no sábado.
A Fox News emitiu um comunicado sobre a retirada da peça pouco depois da NBC, de acordo com uma informação da CNN.
"Depois de revisão, a Fox News retirou o anúncio ontem e ele não será veiculado no canal Fox News ou na Fox Business Network", disse Marianne Gambelli, presidente de vendas de propagandas, em um comunicado.
O Facebook aderiu ao gesto e disse que não permitiria mais a promoção paga do anúncio pois ele violava as políticas da plataforma em relação a conteúdo sensacionalista.
Entretanto, o Facebook não impediu seus usuários de compartilharem o vídeo. A empresa disse que levava a publicidade em sua plataforma a um padrão mais elevado.
"Este anúncio viola a política de propaganda do Facebook contra conteúdos sensacionalistas, então iremos rejeitá-lo", disse um porta-voz do Facebook em comunicado. "Embora seja permitido que ele seja postado no Facebook, o vídeo não pode receber patrocínio para distribuição".
(Reportagem de Kenneth Li)