Por Jeffrey Heller
JERUSALÉM (Reuters) - A caminho da quarta eleição de Israel em dois anos, o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, está torcendo para que o sucesso do programa de vacinação contra Covid-19 de seu governo também sirva como uma tábua de salvação política.
O conservador de 71 anos, que está sendo julgado por corrupção e é acusado por críticos de lidar mal com a pandemia, faz da vacina o tema central de seus discursos de campanha, postagens em redes sociais e entrevistas.
Mas como as pesquisas de opinião não preveem um favorito na votação de 23 de março e os desafiantes à direita de Netanyahu parecem prestes a abocanhar parte de seus apoiadores tradicionais, não está claro se sua estratégia vingará.
"Somos os únicos que podem ter sucesso (saindo da pandemia) porque eu trouxe milhões de doses de vacina", disse Netanyahu em uma entrevista à rede de televisão israelense Channel 13 na semana passada.
"Trinta líderes mundiais me ligaram. Eles me disseram 'tiramos o chapéu para a maneira como você organizou as coisas com os serviços de saúde'", disse.
Mais da metade da população de Israel já recebeu uma primeira dose da vacina Pfizer (NYSE:PFE) (SA:PFIZ34)/BioNTech (DE:22UAy) (SA:B1NT34), e quase 40% recebeu as duas doses – muito mais do que qualquer país do mundo.
Netanyahu disse que a economia deve estar totalmente reativada até 5 de abril, mas os eleitores sentem a pressão: cifras oficiais apontaram para um desemprego de 18% em janeiro.
(Reportagem adicional de Rami Amichay em Tel Aviv)