JERUSALÉM (Reuters) - Benny Gantz, o principal parceiro de coalizão do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, manifestou nesta segunda-feira sua oposição ao avanço de um plano para anexar partes da Cisjordânia ocupada, onde os palestinos querem estabelecer um Estado.
Mas Netanyahu, segundo seu porta-voz, disse aos parlamentares de seu partido de direita Likud que os passos da anexação a serem debatidos pelo gabinete já na quarta-feira não dependem do apoio de Gantz.
Os dois parceiros reticentes da coalizão formada no mês passado se encontrariam com autoridades de Washington, que querem ver um consenso dentro do governo israelense antes de dar sinal verde para os planos do premiê.
Uma desavença entre Netanyahu e Gantz pode, portanto, adiar um debate sobre a anexação no gabinete, que ambos haviam concordado que poderia começar no dia 1º de julho.
Segundo uma fonte de seu partido, Gantz disse nesta segunda-feira ao embaixador norte-americano David Friedman e ao conselheiro da Casa Branca Avi Berkowitz que a data de 1º de julho "não é sagrada".
Em comentários transmitidos mais tarde, Gantz disse a membros do seu partido Azul (SA:AZUL4) e Branco que "o que não tem relação com o coronavírus vai esperar até o dia depois do vírus". Ele estimou que a crise de saúde pode durar mais 18 meses.
Netanyahu disse que pretende estender a soberania israelense aos assentamentos judeus e ao Vale do Jordão, como contemplado em um plano anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, em janeiro segundo o qual Israel controlaria 30% da Cisjordânia.
Rejeitada por completo pelos palestinos, a proposta de Trump também prevê um Estado palestino sob condições rigorosas.
(Reportagem adicional de Maayan Lubell)