Por Patricia Zengerle e Jonathan Landay
WASHINGTON (Reuters) - O ex-presidente norte-americano Barack Obama aconselhou o então presidente eleito Donald Trump a não dar o cargo de conselheiro de segurança nacional de seu governo a Michael Flynn, que acabou sendo demitido devido a uma controvérsia sobre seus laços com a Rússia, disse um ex-assessor de Obama.
Obama fez o alerta durante uma reunião com Trump no Salão Oval poucos dias depois da vitória surpreendente do republicano em 8 de novembro passado. A advertência, revelada primeiramente pela rede NBC News, surgiu durante uma conversa sobre os funcionários da Casa Branca.
Respondendo às reportagens, o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, disse em um briefing: "É verdade que o presidente, presidente Obama, fez saber que não é exatamente um fã do general Flynn" durante o encontro de uma hora com Trump no dia 10 de novembro.
"O que francamente não deveria ser uma surpresa para ninguém, dado que o general Flynn tinha trabalhado para o presidente Obama, foi um crítico franco das deficiências do presidente Obama, especificamente relacionada à sua falta de estratégia de enfrentar o Estado Islâmico e outras ameaças", acrescentou o porta-voz.
Inicialmente um porta-voz de Obama não quis comentar.
Flynn emergiu como uma figura central em inquéritos de alegações de interferência russa na eleição presidencial norte-americana de 2016 e de um possível conluio entre a campanha de Trump e Moscou.
Em 2014 Obama o retirou da função de diretor da Agência de Inteligência de Defesa dos Estados Unidos (DIA, na sigla em inglês).
Trump demitiu Flynn, um general reformado, em fevereiro por não ter revelado suas conversas com o embaixador russo, Sergei Kislyak, sobre sanções dos EUA a Moscou e não ter informado devidamente o vice-presidente, Mike Pence, sobre as conversas.
Comitês do Congresso começaram a investigar depois que agências de inteligência norte-americanas concluíram que o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a invasão cibernética de grupos políticos democratas para tentar influenciar a eleição a favor de Trump. Moscou negou tal interferência.
(Reportagem adicional de Doina Chiacu e Roberta Rampton)