Por Jeff Mason
CHICAGO (Reuters) - Com um chamado final de seu mantra de campanha "Yes We Can" (Sim, Nós Podemos), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez um apelo aos norte-americanos na noite de terça-feira para que defendam os valores dos EUA e rejeitem a discriminação, no momento em que o país faz a transição para o governo do republicano Donald Trump.
Em um emocionado discurso no qual agradeceu à família e descreveu seu período como presidente como a honra da sua vida, Obama incentivou o público a abraçar sua visão de progresso, ao mesmo tempo em que repudiou algumas das políticas que Trump promoveu durante a campanha presidencial.
"Da mesma forma que nós, como cidadãos, precisamos nos manter vigilantes contra a agressão externa, devemos nos guardar contra o enfraquecimento dos valores que fazem de nós o que somos", disse Obama ao público de 18.000 pessoas em Chicago, sua cidade de residência e onde comemorou em 2008 a eleição como o primeiro presidente negro dos EUA.
Trump, que toma possa em 20 de janeiro, propôs o banimento temporário da entrada de muçulmanos no país, a construção de um muro na fronteira com o México, a suspensão de um acordo global para enfrentar as mudanças climáticas e o desmantelamento do programa de saúde pública do governo Obama.
Obama deixou clara sua oposição a essas posições durante discursos de campanha para a candidata democrata derrotada por Trump na eleição de 2016, Hillary Clinton, mas tem adotado um tom mais conciliatório com Trump desde a vitória do republicano.
Em seu discurso de despedida, ele deixou claro que suas posições não mudaram e disse que seus esforços para acabar com o uso de técnicas de tortura e o fechamento da prisão militar em Guantánamo, em Cuba, fazem parte de uma abordagem mais ampla para manter os valores norte-americanos.
"É por isso que eu rejeito a discriminação contra muçulmanos americanos", disse Obama, em uma clara referência a Trump que despertou aplausos da multidão.
Ele disse ainda que é necessária uma ação firme para enfrentar o aquecimento global, e disse que a "ciência e a razão" importam.