Por Roberta Rampton
SEWARD, Estados Unidos (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, percorreu a pé um trajeto arborizado sinuoso e passou ao lado de um marco com o número "1926" fixado sobre o leito de um córrego glacial formado por cascalhos que eras de gelo trouxeram dos picos das montanhas.
Ele alcançou outro poste em que se lia "1951" – marco da medição da borda da geleira Exit, no Alasca, registrada naquele ano – e olhou para cima, para onde a massa misturada de gelo e rocha recuou desde então, a mais de 400 metros de distância.
"Essa é uma boa demonstração do que estamos lidando em relação às mudanças climáticas", disse Obama a jornalistas que esperavam na base da geleira.
Foi um dos principais momentos da viagem de Obama ao Alasca, cujos objetivos são chamar a atenção do mundo para os danos já causados pela elevação dos mares e pedir aos líderes mundiais que alcancem um acordo em Paris, em dezembro, para limitar as emissões de carbono que modificam o clima.
Somente no ano passado, a geleira Exit derreteu e recuou mais de 55 metros em direção ao campo de gelo Harding, que já perdeu 10 por cento do seu tamanho desde 1950, sobretudo em decorrência das mudanças climáticas.
"É espetacular", disse Obama, olhando por cima dos ombros e pausando para os cliques das câmeras. "Queremos ter certeza que nossos netos possam ver isso", disse ele.
É uma mensagem que Obama vai continuar a proferir até a cúpula da ONU em Paris, quando ele terá mais uma oportunidade de discursar sobre o que tem chamado de problema mais urgente de sua geração.
Após a caminhada, ele planejava subir a bordo de uma embarcação da Guarda Costeira para observar a erosão causada pela elevação dos mares. Na quarta-feira, ele visitará duas comunidades remotas na costa, onde os moradores estão modificando seus modos de vida tradicionais para se adaptar às mudanças do clima.
(Reportagem adicional de Steve Quinn, em Juneau, Alasca)