Por Tom Perry
BEIRUTE (Reuters) - Forças do governo da Síria atacaram com artilharia áreas do sudoeste do país dominadas por rebeldes nesta quinta-feira, mantendo uma escalada contínua do presidente Bashar al-Assad, que prometeu recuperar a área que faz fronteira com a Jordânia e com as Colinas de Golã, ocupadas por Israel.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos disse que 12.500 civis fugiram da cidade de Busra al-Hariri e de áreas vizinhas da província de Deraa nos últimos dois dias.
Autoridades rebeldes ofereceram relatos conflitantes da escala da mobilização.
Uma grande ofensiva do governo no sudoeste cria o risco de uma nova escalada na guerra de sete anos. Os Estados Unidos avisaram que adotarão "medidas firmes e apropriadas" em reação às violações da parte do governo sírio de um acordo de "apaziguamento" que firmou com a Rússia no ano passado para conter o conflito no sudoeste.
O conflito se voltou para esta região desde que Assad, com a ajuda crucial de seus aliados russos e iranianos, eliminou os últimos bastiões rebeldes remanescentes próximos de Damasco e da cidade de Homs.
Embora tenha prometido retomar a área, uma campanha militar com este fim deve ser complicada pelos interesses da Jordânia, que é aliada dos EUA, e de Israel, que está profundamente alarmado com o papel do Irã na Síria.
Embora as forças governamentais sírias tenham recorrido à artilharia até agora, tem havido poucos ataques aéreos. O poderio aéreo tem sido essencial para ajudar Assad a derrotar os rebeldes em locais como Aleppo e Ghouta Oriental.
A agência estatal de notícias sírias Sana disse que o Exército está realizando "ataques de artilharia focados" em posições de militantes nas cidades de Al-Harak e Busra al-Harir.
O coronel rebelde Nassim Abu Arra, comandante das Forças da Juventude de Sunna, disse que as forças do governo parecem determinadas a capturar esta área, onde disse que os bombardeios aumentaram em parte.
Abu Bakr al-Hassan, porta-voz de outro grupo rebelde do sul, o Jaish al-Thawra, descreveu os bombardeios na área como intensos. "Os civis temem que o bombardeio aleatório seja o início de uma campanha que o regime e as milícias iranianas vêm planejando realizar no sul", disse ele à Reuters.
(Reportagem adicional de Tom Miles em Genebra)