Por Stephen Kalin
BAGDÁ (Reuters) - As ofensivas militares iminentes no Iraque contra o Estado Islâmico, incluindo um ataque a Mosul, cidade do norte do país, podem deslocar 2,3 milhões de pessoas, alertou o coordenador humanitário da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Iraque nesta quinta-feira.
A previsão de uma emergência humanitária tão vasta cria complicações adicionais para o governo iraquiano e seus aliados norte-americanos, que anunciaram planos de ofensivas para expulsar combatentes do Estado Islâmico da maior parte do território iraquiano este ano.
O conflito já obrigou mais de 3,4 milhões de pessoas de toda a nação a deixar seus lares, de acordo com a ONU. No mês passado, 85 mil fugiram de Falluja, um bastião do grupo extremista situado a uma hora de carro de Bagdá, em meio a uma campanha militar que levou à reconquista de grandes porções da cidade.
A maioria dos deslocados é da minoria sunita iraquiana, o que fez as autoridades temerem que os avanços militares obtidos sobre o Estado Islâmico com o apoio dos Estados Unidos não levem estabilidade ao Iraque mais de 13 anos depois da invasão norte-americana que derrubou o sunita Saddam Hussein.
Nas últimas semanas o Estado Islâmico perdeu terreno para uma variedade de inimigos no Iraque e na Síria, e as principais batalhas ainda devem ser travadas nas duas capitais de fato dos jihadistas, a iraquiana Mosul e a síria Raqqa.