Governo Lula diz que soberania é inegociável após Trump confirmar taxas
ATENAS (Reuters) - A Grécia e os Bálcãs em geral sofreram com a terceira onda de calor deste verão nesta terça-feira, com pessoas impedidas de trabalhar, turistas mantidos longe das ruínas e bombeiros combatendo incêndios espalhados pela árida zona rural.
Entregadores, motoboys e trabalhadores da construção de Atenas e de outras regiões receberam ordens para interromper o trabalho do meio-dia até as 17h (horário local), já que a temperatura deve chegar a 43º Celsius, informou o Ministério do Trabalho.
Na área de Feneo, em Corinto, no sul da Grécia, 185 bombeiros com 50 veículos combatiam um forte incêndio florestal, com a ajuda de 15 aviões e 11 helicópteros.
Dois vilarejos foram esvaziados por precaução enquanto o incêndio se alastrava. O governador da região ao redor do Peloponeso, Dimitris Ptochos, disse que a situação era difícil, informou a mídia local.
A Grécia é conhecida pelos verões quentes e ensolarados que atraem dezenas de milhões de turistas todos os anos. Mas a mudança climática levou a ondas de calor mais longas e severas, além de inundações destrutivas e incêndios florestais.
As autoridades informaram que iam fechar as antigas ruínas da Acrópole, local turístico mais visitado da Grécia no topo de uma colina rochosa acima de Atenas, por cinco horas a partir do meio-dia nesta terça e na quarta-feira.
Matthew Enos, um visitante de 18 anos de Nova Orleans, disse que não estava preparado para uma onda de calor tão forte quando chegou à capital.
"Tem sido um pouco difícil até agora. Não é a melhor sensação de todas", disse ele. "Então, estou me adaptando, bebendo muita água."
PASTO
Turistas buscaram restaurantes e lojas com ar-condicionado em Atenas, uma das capitais mais densamente povoadas da Europa, que frita em uma planície ladeada por montanhas. A onda de calor deve seguir até domingo, informou o serviço meteorológico grego.
O calor escaldante também atingiu a vizinha Bulgária, e autoridades pediram às empresas que distribuíssem água e reduzissem o trabalho físico durante as horas de maior risco.
Na fronteira entre Kosovo e Albânia, semanas sem chuva e o aumento da produção de energia hidrelétrica quase esvaziaram o Lago Fierza. Vacas passaram a pastar no que costumava ser o fundo do lago.
Em Kosovo, chamas e fumaça espessa podiam ser vistas se aproximando de casas em um vilarejo na área de Dubrava, perto de uma prisão e de uma base militar nesta terça-feira. O fogo estava fora de controle em uma área de matagal e grama, alimentado por ventos fortes.
Na Albânia, bombeiros, auxiliados por quatro aeronaves da Itália e da Grécia, combatiam dois incêndios florestais em um parque nacional no norte e próximo ao vilarejo de Dukat, no sudoeste do país.
No mês passado, grande parte da Europa Ocidental sofreu com outra forte onda de calor que deixou muitos mortos e provocou incêndios florestais e alertas de saúde em toda a região.
Na Itália, onde a onda de calor do mês passado foi responsabilizada por diversos apagões, inclusive em Florença e Milão, as altas temperaturas fizeram com que o consumo de eletricidade em junho aumentasse 7,4% em relação ao ano anterior, informou a operadora nacional da rede elétrica Terna nesta terça-feira.
Em todo o mundo, 2024 foi o ano mais quente já registrado, com temperaturas superiores a 1,5º Celsius acima da era pré-industrial pela primeira vez.
(Reportagem de Stamos Prousalis, Angeliki Koutantou e Fatos Bytyci; Reportagem adicional de Alvise Armellini)