Por Alister Doyle
OSLO (Reuters) - A Organização das Nações Unidas pediu nesta quinta-feira a governos de todo mundo que submetam seus planos para cortar as emissões de gases do efeito estufa, pavimentando o caminho para um acordo marcado para dezembro em Paris com o objetivo de conter o aquecimento global, após cientistas afirmarem que 2014 foi o ano mais quente já registrado.
Os governos concordaram com um prazo informal de 31 de março para enviar seus planos, que vão servir de base para o acordo da ONU para reduzir o ritmo das mudanças climáticas, cuja causa principal é atribuída por quase todos os climatologistas ao aumento na emissão de gases do efeito estufa produzidos pelo homem.
A secretária-executiva da ONU para mudanças climáticas, Christiana Figueres, disse que o encontro em Paris representa uma chance de entrar no caminho "rumo a uma profunda descarbonização da economia global, alcançando-se a neutralidade climática na segunda metade do século".
A neutralidade climática significa emissões líquidas equivalentes a zero, ou seja, que qualquer emissão proveniente da queima da combustíveis fósseis seja compensada por medidas como, por exemplo, o plantio de árvores capazes de sugar o dióxido de carbono do ar enquanto crescem.
Tanto a Nasa como o a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA disseram na semana passada que 2014 foi o ano mais quente desde que o início dos registros no fim do século 19.
China, Estados Unidos e União Europeia, os principais emissores, já delinearam planos para o acordo de Paris, mas muitos detalhes ainda não estão claros.
(Com reportagem de Valerie Volcovici, em Washington)