GENEBRA (Reuters) - Uma investigadora de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu ao Irã nesta quinta-feira que resolva uma greve de fome duradoura de prisioneiros que protestam contra as condições de sua detenção e a transferência repentina para um setor de segurança reforçada.
A relatora especial da ONU, Asma Jahangir, expressou preocupação com 53 prisioneiros, incluindo 15 seguidores da fé baha'i, que foram transferidos para um setor de segurança reforçada da prisão de Rajai-Shahr em Karaj, a oeste de Teerã, ao longo das últimas semanas.
A fé baha'i foi fundada no Irã no século 19, e ativistas dizem que mais de 300 mil de seus fiéis vivem em solo iraniano atualmente. O governo xiita considera a fé uma dissidência herética do islamismo.
"Estou profundamente alarmada com os relatos sobre as condições médicas em deterioração dos prisioneiros em greve de fome, e que a tortura e os maus tratos continuaram desde sua transferência", disse Jahangir em um comunicado. Sabe-se que ao menos 18 dos 53 estão fazendo greve de fome, disse seu escritório.
O Ministério das Relações Exteriores do Irã não quis comentar.
Líderes baha'i exilados afirmam que centenas de seus seguidores foram presos e executados desde a Revolução Islâmica de 1979. O governo iraniano nega ter detido ou executado pessoas por causa de sua religião.
(Por Stephanie Nebegay)