Por Emma Farge e Kate Abnett e Valerie Volcovici
GENEBRA (Reuters) - O Reino Unido e os Estados Unidos estão entre alguns poucos países que estão retirando seu apoio a uma proposta apresentada pela Organização das Nações Unidas (ONU) que reconheceria o acesso a um meio ambiente seguro e saudável como um direito humano, provocando críticas segundo as quais estão minando suas próprias promessas antes da conferência do clima de Glasgow.
Diplomatas disseram que o Conselho de Direitos Humanos da ONU, sediado em Genebra, deve adotar a resolução até o final desta semana, mesmo que um país contrário peça uma votação, já que os apoios são numerosos e incluem Costa Rica, Malvinas e Suíça.
Se for adotada, ambientalistas dizem que a resolução pressionará países a se unirem às mais de 100 nações que já reconhecem um direito legal a ambientes saudáveis. Embora a resolução não seja obrigatória, advogados dizem que ela moldará normas e ajudará ativistas a desenvolver argumentos em casos que envolvem o clima.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 13,7 milhões de mortes anuais, ou cerca de 24,3 % do total, se devem a riscos ambientais, como a poluição atmosférica e a exposição a agentes químicos.
"Em nível nacional, vê-se que este direito empodera as pessoas, particularmente aquelas mais vulneráveis aos danos ambientais ou à mudança climática, a impulsionar a mudança e responsabilizar governos", disse Marc Limon, do centro de estudos Universal Rights Group.
"Isto pode explicar por que alguns governos, como EUA, Rússia e Reino Unido, não gostam dele".
(Por Kate Abnett em Bruxelas e Valerie Volcovici em Washington)