Por Stephanie Nebehay
GENEBRA (Reuters) - A Organização das Nações Unidas (ONU) recebeu bem nesta sexta-feira o plano da União Europeia de triplicar o tamanho da missão de buscas navais no Mediterrâneo, mas ressaltou que o teste-chave será salvar vidas, além da chance de asilo para os que fogem das guerras.
A UE deu garantias de que haverá capacidade, recursos e alcance comparáveis à operação italiana Mare Nostrum, que acabou há seis meses, informou o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
Quatro dias após até 900 pessoas se afogarem ao tentar ir da Líbia para a Europa, líderes da UE aceitaram, durante uma cúpula emergencial na quinta-feira, restaurar o fundo para missões navais de busca ao mesmo nível do existente ano passado.
Cerca de metade das pessoas que atravessaram o Mediterrâneo no ano passado estava fugindo de guerras ou perseguição na África e Oriente Médio e, portanto, merecendo a condição de refugiado, informou o Acnur.
Isso levou a Europa a providenciar acesso à condição de refugiado por outros meios legais e a enunciar o que as novas medidas vão significar para o reassentamento e relocação de migrantes.
"Em ultima análise, o teste mostrará se veremos redução nas vidas perdidas, acesso eficaz à proteção na Europa sem precisar cruzar o Mediterrâneo e um sistema eficiente para asilo europeu, que faça jus ao compromisso de solidariedade e compartilhamento de responsabilidade", disse o porta-voz do Acnur Adrian Edwards.
A Organização Internacional para Migração disse que "aplaude as conclusões da UE de que salvar vidas deve ser prioridade".