JERUSALÉM (Reuters) - O líder da oposição parlamentar de Israel exigiu neste domingo que o governo congele sua revisão judicial por 18 meses se quiser retomar as negociações sobre uma fórmula de consenso para as mudanças.
Na semana passada, a coalizão de direita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu pressionou pelos primeiros elementos de uma reforma do judiciário de Israel, buscando restringir os juízes de contestar algumas decisões do governo. As medidas desencadearam meses de manifestações entre os opositores israelenses.
Netanyahu, que foi instado pelo presidente de Israel a buscar consenso, interrompeu sua reforma no início deste ano para manter conversas com a oposição. Mas, depois que as negociações fracassaram, Netanyahu avançou de qualquer maneira, levando o projeto de lei da semana passada ao Parlamento em uma votação apertada por conta de um boicote da oposição.
Falando ao parlamento neste domingo, o líder da oposição Yair Lapid disse que, se o governo quiser que as negociações de consenso sejam retomadas, deve aprovar uma legislação em conjunto com a oposição para interromper sua reforma por 18 meses. As mudanças feitas durante esse período exigiriam uma maioria de dois terços, disse ele.
"Enquanto não houver congelamento da legislação, não há sentido nem lógica em discutir outras leis ou outros acordos, porque é totalmente claro que o governo fugirá novamente no último momento", disse Lapid.
Em resposta, o partido Likud de Netanyahu disse que estava disposto a negociar, mas afirmou que Lapid --que serviu brevemente como primeiro-ministro no ano passado-- estava exigindo mais condições do que ele próprio exigiria dos palestinos.
A emenda de segunda-feira limita os poderes da Suprema Corte de anular algumas decisões do governo se as considerar "descabíveis".
(Por Dan Williams)