Por Stephanie Nebehay
GENEBRA (Reuters) - Os pais dos estudantes mexicanos que acredita-se terem sido assassinados por uma gangue de traficantes de drogas pediram nesta segunda-feira à Organização das Nações Unidas que auxilie na busca por justiça, afirmando que não têm confiança na capacidade do governo para investigar o crime.
O governo do presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, disse na semana passada que os 43 estudantes de magistrado desaparecidos há quatro meses foram mortos sob as ordens de um cartel de drogas, que os confundiu com membros de uma gangue rival.
As mortes, que chocaram um país já assolado por uma proliferação de crimes sangrentos, têm provocado protestos em massa contra o governo e alimentaram a crença generalizada sobre a ligação próxima entre certos políticos e o crime organizado.
"Decidimos vir aqui, a esse comitê, para conseguir algum apoio e realmente obter justiça, dado o fato de que nosso governo não é capaz de fazer nada", disse Bernabé Abraján, cujo filho Adan é uma das vítimas, a repórteres em meio a uma sessão do Comitê da ONU para Desaparecimentos Forçados.
Ele vestia uma camiseta com a foto de seu filho. A sessão começou com um minuto de silêncio em homenagem às vítimas.
O procurador-geral do México disse que os corpos dos estudantes foram incinerados e jogados em um rio. Apenas um dos desaparecidos teve os restos mortais identificados até agora. O prefeito da cidade de Iguala e sua mulher foram presos como sendo dois dos principais suspeitos pelos desaparecimentos.