Dólar afunda no exterior após dados decepcionantes de emprego nos EUA
Por Emma Farge
GENEBRA (Reuters) - Dezenas de países apoiaram a Ucrânia em uma reunião na Organização das Nações Unidas em Genebra nesta terça-feira, um dia depois que o Conselho de Segurança da ONU adotou uma resolução elaborada pelos EUA que assume uma posição neutra no conflito.
O evento, realizado para comemorar a "resistência à agressão russa", segue a resolução adotada em Nova York no terceiro aniversário da guerra, que reflete a reviravolta do presidente Donald Trump na política dos EUA em relação à Ucrânia e sua postura mais conciliatória em relação à Rússia.
"Vocês não estão sozinhos. A Noruega e outros países, todos os países que estão aqui, mas também outros países, continuarão a apoiá-los enquanto lutam por sua integridade territorial, sua soberania e sua dignidade humana", disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Noruega, Andreas Motzfeldt Kravik, a uma sala lotada de ministros e diplomatas.
Milhares de cidadãos ucranianos morreram desde a invasão da Rússia em 2022 e mais de 6 milhões são refugiados no exterior. A Rússia disse que não teve escolha a não ser lançar o que chama de "operação militar especial" devido à expansão da aliança da Otan para o leste.
Minna-Liina Lind, da Estônia, subsecretária de Assuntos Globais, disse na sala que estava "extremamente preocupada" com o fato de o Conselho de Segurança ter aprovado uma resolução que não incluía uma linguagem de longa data sobre a integridade territorial da Ucrânia.
"Mas acho que a determinação europeia é ainda maior. Quando há alguém que não é tão forte, os outros preenchem o espaço", disse ela à Reuters após a reunião, co-organizada pela Ucrânia e por Liechtenstein à margem do Conselho de Direitos Humanos da ONU.
Os EUA não conseguiram convencer a Assembleia Geral da ONU a aprovar a mesma resolução que foi aprovada no Conselho de Segurança na segunda-feira. Em vez disso, a Assembleia Geral adotou moções consideradas mais favoráveis à Ucrânia, em uma vitória diplomática sobre Washington.
A maioria dos países que participaram do evento em Genebra eram europeus e incluíam a França e a Alemanha, mas outros como a Turquia, a Coreia do Sul, a Austrália e o Japão também estavam presentes. Washington enviou um delegado que não fez uso da palavra.
A embaixadora da Ucrânia, Yevheniia Filipenko, que em certo momento se emocionou ao se dirigir à sala, pediu aos países que continuassem apoiando a reconstrução da Ucrânia e buscando a responsabilização pelos crimes cometidos desde a invasão russa.
"O caminho à frente é muito desafiador, mas quando estamos unidos, podemos prevalecer", disse ela.
((Tradução Redação São Paulo)) REUTERS AC