Por Philip Pullella
ROMA (Reuters) - O papa Francisco fez uma visita surpresa nesta terça-feira a cidades e vilarejos destruídos por um terremoto que matou quase 300 pessoas no centro da Itália em agosto, consolando moradores que perderam tudo e se unindo a orações pelos mortos.
O Vaticano, que manteve a viagem em segredo até o papa chegar, divulgou fotos que mostram o pontífice rezando sozinho em meio aos destroços de Amatrice, uma das cidades mais atingidas, com o campanário de sua igreja ainda de pé ao fundo.
Dirigindo-se a habitantes desolados com um megafone, ele disse que queria ter ido antes, mas que não quis "aborrecer ninguém" e que preferiu esperar que as coisas se acalmassem, em particular a construção de uma escola improvisada para as crianças.
"Mas desde o primeiro momento eu sabia que queria vir aqui, simplesmente para dizer que estou perto de vocês. Que estou perto de vocês, mais nada. Que rezo por vocês. Minha proximidade e minhas orações são o que ofereço a vocês. Que o Senhor abençoe todos vocês", disse.
"Neste momento de tristeza e dor, vamos seguir em frente, mas lembrando nossos entes queridos que morreram aqui sob os escombros. Vamos rezar por eles", disse Francisco.
Ele visitou a "zona vermelha", que cobre o centro de Amatrice e está interditada para o público por ainda ser perigosa, e onde a maioria dos edifícios ou desmoronou ou foi considerada perigosa demais para abrigar pessoas.
Um pai foi às lágrimas na escola ao saudar o papa. Outros moradores pararam o carro do pontífice para tocar sua mão pela janela enquanto ele passava de cidade em cidade.
A visita coincidiu com a festa de São Francisco de Assis, em quem o líder católico se inspirou para escolher seu título.
Luca Cari, porta-voz do Corpo de Bombeiros, disse que durante a visita à "zona vermelha" o papa rezou com os agentes de resgate e os agradeceu.
(Reportagem adicional de Crispian Balmer)