Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - Em visita à Armênia nesta semana, o papa Francisco tentará evitar a retomada de uma desavença diplomática com a Turquia surgida no ano passado, quando classificou o assassinato em massa de armênios em 1915 como um genocídio e enfureceu Ancara.
Durante a viagem de três dias, que começa na sexta-feira, o papa irá rezar no Tzitzernakaberd, conhecido na Armênia como o "Memorial e Museu do Genocídio", mas que o programa oficial do Vaticano para a visita chama de "um memorial dos massacres".
O pontífice terá que ser cuidadoso ali e em meia dúzia de outros discursos a líderes políticos e religiosos.
No ano passado, Francisco descreveu a matança de mais de 1,5 milhão de armênios na Primeira Guerra Mundial como "o primeiro genocídio do século 20" dias antes dos eventos que marcaram o centenário dos massacres em abril.
A Turquia, um país muçulmano, convocou de imediato seu enviado ao Vaticano, Mehmet Pacaci, que ficou afastado por 10 meses, uma eternidade em termos diplomáticos.
A Turquia reconhece que muitos armênios cristãos que viviam no Império Otomano foram mortos nos confrontos com forças otomanas durante a Primeira Guerra Mundial, mas questiona as cifras e nega que as mortes tenham sido orquestradas sistematicamente e representem um genocídio. Ancara também afirma que muitos turcos muçulmanos morreram na mesma época.