Por Mike Davidson e Michael Roddy
CANNES, França (Reuters) - Imperatriz Furiosa, a personagem da atriz Charlize Theron no filme "Mad Max: Estrada da Fúria", está praticamente em pé de igualdade com o papel do colega de elenco Tom Hardy, que vive o protagonista do filme, mas a sul-africana diz que nem sempre é o caso na indústria do cinema, dominada pelos homens.
A aguardada quarta parte da franquia de ação distópica dos anos 1980 será exibida nesta quinta-feira no Festival Internacional de Cinema de Cannes, onde o papel das mulheres no cinema –não só diante da câmera, mas também atrás dela– é destaque este ano.
Charlize, que é conhecida como atriz mas também produziu e estrelou "Monster – Desejo Assasino", de 2003, afirmou que muitas mulheres "têm que ficar sentadas esperando que a coisa certa apareça, e há muitas coisas erradas acontecendo, sinto que existe um injustiça".
Os homens recebem as melhores oportunidades, declarou ela à Reuters, mas, quando as mulheres têm uma chance, as pessoas se identificam muito com os filmes. "Sempre são os filmes que as pessoas mais comentam, os filmes aclamados pela crítica, e simplesmente não entendo por que não podemos aproveitar esse ímpeto e realmente fazer as coisas acontecerem", disse.
Thierry Frémaux, diretor do festival de Cannes, provocou o debate ressaltando nas entrevistas que "o número de diretoras no mundo é muito baixo".
Pela primeira vez em décadas, o evento foi aberto com um filme dirigido por uma mulher, a francesa Emmanuelle Bercot, mas Frémaux afirmou que os filmes foram selecionados por se adequarem ao festival, e não por causa do sexo do diretor. "Acho que a luta mais importante é a situação das mulheres no mundo, não só no cinema", opinou.