Por Alasdair Pal e James Mackenzie
NOVA DÉLHI/ISLAMABAD (Reuters) - O Paquistão devolverá um piloto capturado à Índia "como gesto de paz", disse o primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, nesta quinta-feira em meio a esforços dos Estados Unidos para desarmar a crise entre as duas potências nucleares um dia depois de ambas abaterem caças inimigos.
O piloto, identificado por Islamabad como Abhi Nandan, se tornou o rosto do conflito mais recente após a divulgação de vídeos que o mostram sendo capturado e mais tarde colocado sob custódia.
Khan disse que o piloto será libertado na sexta-feira, apesar de seus militares terem relatado que quatro cidadãos paquistaneses foram mortos por disparos da Índia na fronteira disputada da Caxemira.
"Como gesto de paz, nós o libertaremos amanhã", disse Khan ao Parlamento.
A decisão do premiê veio depois que vários outros países ofereceram assistência diplomática para refrear o confronto entre dois países que quase entraram em guerra em 2002 pela quarta vez desde sua independência do controle colonial britânico em 1947.
O ministro das Relações Exteriores do Paquistão, Shah Mahmood Qureshi, disse que sua contraparte da Arábia Saudita deve visitar seu país com uma mensagem especial do príncipe herdeiro, Mohammed Bin Salman, que esteve no Paquistão e na Índia no início deste mês.
Khan já pediu conversas com a Índia para evitar o risco de um "erro de cálculo" entre os militares dos dois países, que têm armas nucleares.
Mais cedo o presidente dos EUA, Donald Trump, disse esperar "notícias razoavelmente decentes" sobre o conflito entre a Índia e o Paquistão, acrescentando que os Estados Unidos estão tentando mediar o conflito.
"Eles estão tratando disso, e estamos envolvidos em tentar fazê-los parar", disse Trump em Hanói, onde participou de uma cúpula com o líder da Coreia do Norte. "Estamos no meio tentando ajudar ambos a saírem."
O chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, também se ofereceu para facilitar as conversas entre os dois lados.
EUA, China, União Europeia e outras potências mundiais pediram moderação das duas nações, já que as tensões aumentaram na esteira de ataques aéreos recíprocos provocados por um ataque suicida com carro-bomba que matou ao menos 40 policiais paramilitares indianos na Caxemira, que é controlada pela Índia, no dia 14 de fevereiro.