Por Dan Williams
JERUSÁLEM (Reuters) - Um parlamentar de direita de oposição em Israel está tentando proibir a reabertura planejada de uma missão dos Estados Unidos em Jerusalém que tradicionalmente funciona como uma base para o contato diplomático com os palestinos.
O novo governo multipartidário israelense liderado pelo primeiro-ministro nacionalista Naftali Bennett também se opõe à reinauguração do consulado, o que poderia impulsionar a iniciativa de Nir Barkat, parlamentar do Likud, para frustrar a medida, mas ela tensionaria as relações com Washington.
O consulado era subordinado à embaixada dos EUA, que em 2018 foi transferida de Tel Aviv para Jerusalém pelo então presidente norte-americano Donald Trump, ações elogiadas por Israel e repudiadas pelos palestinos.
Pretendendo reparar as relações dos EUA com os palestinos e reconquistar a confiança mútua, o governo do presidente Joe Biden diz que reabrirá o consulado e manterá a embaixada no lugar.
A proposta de legislação de Barkat, submetida ao Parlamento no mês passado e sem data para ser votada, tornaria ilegal a abertura de uma missão estrangeira em Jerusalém sem o consentimento de Israel.
"Acho que o atual governo israelense é fraco. Ele depende da esquerda, depende de radicais do nosso lado", disse ele à Reuters. "Precisamos fazer tudo que pudermos para manter a unidade da cidade de Jerusalém."
Israel considera toda Jerusalém como sua capital. Os palestinos querem Jerusalém Oriental, capturada por Israel em uma guerra de 1967 junto com a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, como a capital do Estado que procuram.
Ahmed Al-Deek, assessor do Ministério das Relações Exteriores palestino, disse que Barkat "representa a posição de partidos de extrema-direita de Israel que tentam impedir qualquer chance de se chegar a uma solução de dois Estados".
(Reportagem adicional de Ali Sawafta)