SEUL (Reuters) - A Assembleia Suprema do Povo da Coreia do Norte se reuniu e debateu as finanças do Estado, noticiou a mídia estatal nesta quinta-feira, mas o líder Kim Jong Un pareceu estar ausente dos procedimentos.
Uma cadeira vazia, que se supõe ser do líder, foi vista em fotos distribuídas pela KCNA, a agência de notícias oficial norte-coreana, mas as reportagens não mencionaram sua presença no evento de quarta-feira.
O Parlamento essencialmente simbólico realiza sessões uma ou duas vezes por ano para aprovar decisões relacionadas a questões como as estruturas do governo e orçamentos preparados pelo poderoso Partido dos Trabalhadores, cujos membros compõem a ampla maioria da Assembleia.
A participação de Kim no evento não é obrigatória, mas ele fez discursos em outras ocasiões. A reunião de quarta-feira ocorreu poucas semanas antes da primeira cúpula entre os líderes das duas Coreias em mais de uma década, agendada para o dia 27 de abril.
A Assembleia está no centro das atenções devido a uma ofensiva diplomática recente centrada na Coreia do Norte, que inclui a cúpula intercoreana, e os formuladores de políticas estavam ansiosos para saber se Kim faria comentários que dessem um vislumbre de seus posicionamentos prováveis.
Os oradores da reunião abordaram os avanços econômicos do país no ano passado, acrescentando que o orçamento estatal foi usado de forma exata, disse a KCNA, sem especificar a cifra total.
Do orçamento de 2017, 15,8 por cento se destinaram a fortalecer as defesas militares norte-coreanas e 47,7 por cento foram usados para estimular a economia, acrescentou a agência.
Kim deve se encontrar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no final de maio ou começo de junho, disse o norte-americano nesta semana.
Na segunda-feira, Kim presidiu uma reunião do partido, quando avaliou as conversas futuras com Washington e a cúpula iminente com a Coreia do Sul.
A KCNA anunciou, sem dar explicações, mudanças no alto escalão da liderança norte-coreana, confirmando que Hwang Pyong So, ex-membro do círculo íntimo de Kim, foi demitido do cargo de vice-presidente da Comissão de Assuntos de Estado.
No ano passado agentes de inteligência sul-coreanos disseram que Hwang foi removido do posto por razões não especificadas, mas a agência de espionagem da Coreia do Sul disse que sua punição aparente foi orquestrada pelo rival Choe Ryong Hae, que hoje atua como vice-presidente da Comissão de Assuntos de Estado e teve destaque na reunião de quarta-feira da Assembleia.
(Por Christine Kim)