Por Sarah Marsh
HAVANA (Reuters) - O Partido Comunista de Cuba admitiu erros e uma desaceleração em sua implantação das reformas favoráveis ao mercado impulsionadas pelo presidente Raúl Castro poucas semanas antes de ele deixar o cargo, mas prometeu continuar a atualizar a economia estatizada de estilo soviético.
O comitê central do partido realizou uma sessão plenária para debater o estado das reformas realizadas durante o mandato presidencial de 10 anos de Raúl para abrir a economia fragilizada e atribuir papéis maiores ao setor privado e ao investimento estrangeiro.
Raúl, que entrega o posto em 19 de abril, comandou a sessão realizada nesta semana. O líder de 86 anos continuará como chefe do partido, a principal força política do país, até 2021.
"Apesar dos erros e insuficiências reconhecidas nesta plenária, a situação é mais favorável do que alguns anos atrás", disse Raúl, segundo o jornal estatal Granma.
As reformas foram aprovadas em 2011 e adotadas com rapidez nos três primeiros anos, afirmou o diretor da comissão de reformas do partido, Marino Murillo, segundo citações.
O número de trabalhadores autônomos na ilha caribenha de 11,2 milhões da habitantes mais que triplicou, chegando a cerca de 580 mil.
Mas a implementação freou nos últimos dois anos devido à complexidade do processo, erros de supervisão, falta de apoio financeiro e pouco envolvimento da burocracia, explicou Murillo. O partido também adotou reformas com lentidão deliberadamente para que elas não marginalizassem ninguém.
No ano passado o governo congelou a emissão de licenças para várias atividades importantes do setor privado enquanto se empenhava em extirpar práticas danosas, como as compras no mercado negro, e melhorar a regulamentação.