REYKJAVIK (Reuters) - O Partido Pirata, legenda anti-establishment da Islândia, está em uma disputa acirrada para se tornar o maior partido do Parlamento na eleição de sábado, convocada após o primeiro-ministro islandês renunciar em resultado do escândalo dos Panama Papers.
Os Piratas vêm capitalizando uma onda de revolta contra o establishment em um país que foi dos mais atingidos pela crise financeira de 2008, quando seu sistema bancário desmoronou, atingindo milhares de poupadores.
As pesquisas de opinião mostram o partido em um segundo lugar bem próximo do Partido da Independência, atualmente parceiro menor da coalizão de governo.
Os Piratas querem, entre outras coisas, dar asilo ao delator norte-americano Edward Snowden, aceitar a moeda virtual bitcoin e acabar com a corrupção.
A legenda --fundada menos de quatro anos atrás como movimento de protesto contra leis globais de direitos autorais, e cuja campanha eleitoral é em parte custeada por um financiamento coletivo-- tem 21 por cento das intenções de voto, segundo uma pesquisa do jornal Morgunbladid publicada nesta sexta-feira.
O Partido da Independência aparece com 22,5 por cento.
O Partido Progressivo, parceiro majoritário da coalizão governista, só teria 10 por cento das intenções de voto. A legenda foi duramente afetada pela renúncia do premiê Sigmundur David Gunnlaugsson em abril, quando documentos vazados de uma firma de advocacia panamenha o ligaram a uma empresa offshore que detinha milhões de dólares de dívidas de bancos islandeses falidos.
Outras pesquisas recentes revelam um padrão similar, e algumas dão uma vantagem maior ao Independência. Outra sondagem da empresa de pesquisa MMR divulgada nesta sexta-feira mostrou o Independência com 25 por cento de apoio, e os Piratas com 20,5 por cento.
(Por Zoe Robert, em Reykjavik, e Daniel Dickson, em Estocolmo)