Por Valerie Volcovici
WASHINGTON (Reuters) - Os países mais ricos do mundo contribuíram com 61,8 bilhões de dólares em fundos públicos e privados para ajudar as nações pobres a se adaptarem à mudança climática, quase dois terços de uma meta internacional fundamental para angariar 100 bilhões de dólares por ano começando em 2020, de acordo com um relatório divulgado nesta quarta-feira.
O estudo da Organização para a Cooperação Econômica e o Desenvolvimento (OCDE) e da Iniciativa de Política Climática tinha por objetivo fornecer a primeira imagem clara de quão longe os países ricos estão da meta de 2020, um ingrediente essencial para a obtenção de um novo acordo global para enfrentar a mudança climática no final deste ano.
A estimativa foi baseada na aplicação de fundos climáticos do setor público de países ricos para pobres – por meio de acordos bilaterais, instituições multilaterais e créditos de exportação – e de dinheiro do setor privado, tal como relatados ao secretariado de mudança climática da Organização das Nações Unidas (ONU).
Ainda não se criou um sistema claro para rastrear o volume de financiamento climático para as nações pobres e para se ter certeza de que promessas anteriores não foram computadas duas vezes, um fator que minou a confiança entre Estados pobres e ricos nas cúpulas climáticas da ONU.
"Este é um passo (adiante) em termos de se criar confiança", disse Simon Buckle, chefe da divisão de mudança climática da OCDE.
Fazer com que os países mais abastados estejam a caminho de cumprir seu compromisso para 2020, assumido na conferência do clima da ONU de 2009, é considerado algo crucial para um acordo climático definitivo.
Muitas nações em desenvolvimento acusam as nações ricas de não aumentarem o financiamento climático no ritmo necessário para a meta de 2020 depois de uma promessa inicial de 10 bilhões de dólares por ano entre 2010 e 2012.
Até agora, Alemanha, França e o Banco Asiático de Desenvolvimento anunciaram novos compromissos financeiros até 2020. No mês passado, a Grã-Bretanha anunciou uma nova promessa multibilionária entre 2016 e 2021, e a China comunicou que irá oferecer 3,1 bilhões de dólares.