LIMA (Reuters) - O Peru estabeleceu uma zona de exclusão aérea na maior região produtora da folha de coca do mundo, como parte de um plano para a interceptação de aviões pequenos que transportam cocaína principalmente para a Bolívia, disse o governo nesta quarta-feira.
Voos civis sem autorização prévia da Força Aérea estarão proibidos na respectiva zona, que abarca parte da região conhecida como Vraem, localizada entre os Andes centrais e a selva sul-peruana, onde ficou constatada a presença de aeronaves com matrículas bolivianas para o transporte de droga.
A maior parte desses aviões entra e sai do Peru através da fronteira com a Bolívia, país que se tornou a passagem da droga que alcança os mercados europeus, de acordo com as autoridades.
"Aquele voo que não se reportar ao comando aeronáutico vai ser considerado voo hostil e voo ilegal. Essa é uma decisão tomada pelo governo peruano que está em plena implementação", disse o presidente da agência de combate às drogas Devida, Alberto Otárola, em entrevista coletiva.
A Vraem se tornou uma grande dor de cabeça para o presidente peruano, Ollanta Humala, um militar da reserva que volta a autorizar a interceptação das chamadas "narcoavionetas", medida que havia sido suspensa há 15 anos depois da derrubada equivocada de um avião civil em que morreram uma mãe e seu filho.
(Reportagem de Marco Aquino)