Por Caroline Stauffer e Marco Aquino
LIMA (Reuters) - Os peruanos foram às urnas neste domingo para votar numa eleição presidencial que deve se mostrar favorável à candidata Keiko Fujimori, embora os eleitores críticos, que não perdoam o governo autoritário do pai da candidata, devam conseguir levar a disputa para um segundo turno, em junho.
A ex-parlamentar que estudou nos Estados Unidos tentou desde o início da campanha se desvincular de seu pai, o ex-presidente Alberto Fujimori que está na prisão, depois de ter perdido por pouco nas eleições de 2011 para o atual mandatário, Ollanta Humala.
Uma populista de centro-direita, Fujimori prometeu preservar a democracia e manter intactas as políticas de livre mercado que vêm sendo implantadas pelos últimos 25 anos.
Acredita-se que a candidata de 40 anos obtenha 10 pontos percentuais a menos do que o necessário para garantir uma vitória no primeiro turno. O apoio a Keiko caiu depois que dezenas de milhares de manifestantes protestaram contra ela em 5 de abril, 24 anos após seu pai ter fechado o Congresso com o apoio do Exército.
Keiko Fujimori continuou entusiasmada em face das críticas, vendendo a si mesma como a candidata mais forte para enfrentar a criminalidade e o fraco crescimento econômico, numa campanha na qual fez várias visitas a áreas pobres nas províncias.
Uma pesquisa da Ipsos divulgada no sábado à noite mostrou Keiko com 35,8 por cento das intenções de voto, enquanto o candidato favorito de Wall Street, Pedro Pablo Kuczynski, de 77 anos, ficou com 21 por cento, empatado estatisticamente com a nacionalista de esquerda Veronika Mendoza, de 35 anos, que obteve 20,1 por cento.
Os peruanos vão escolher o sucessor de Humala num momento em que seu país de 30 milhões de habitantes se prepara para se tornar o segundo maior produtor de cobre do mundo, após duas décadas de crescimento econômico ininterrupto.
No entanto, a crescente criminalidade é uma das principais preocupações dos eleitores e muitos questionaram por que a pobreza persiste em meio a tante riqueza mineral.
O pai de Keiko, um populista de direita que cumpre pena de 25 anos de prisão por violações de direitos humanos e corrupção durante seu governo entre 1990 e 2000, é lembrado com simpatia por alguns por ter construído escolas rurais e hospitais, tendo implantado reformas neoliberais que continuam em vigor.